Apoiando as manifestações, mas em sua maioria sem ter saído às ruas, parte do público que chega ao Maracanã para assistir a final da Copa das Confederações acredita que a presidente Dilma Rousseff se livrou de novas vaias ao não assistir ao jogo entre Brasil e Espanha no estádio.
A Folha ouviu torcedores próximo à estátua do Belini, local de entrada daqueles que pagaram os ingressos mais caros ou foram convidados para os camarotes de empresas como Visa, Coca-Cola, Oi, entre outras."Ela seria 'bivaiada' aqui", disse o economista aposentado Domingos Ferreira, 68, em referência aos apupos de que Dilma foi alvo no Estádio Nacional em Brasília na abertura da competição.
Ex-funcionário da Petrobras, ele afirma que sempre achou o governo Dilma, bem como do antecessor Lula, péssimo.
"O PT veio com muita sede ao pote. Muito vorazes na forma como exigiam cargos de chefia", disse ele, que afirma também desconfiar de Aécio Neves (PSDB) e "Roberto Campos", em referência ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
"Quem sabe o Joaquim [Barbosa, presidente do STF] não vem [candidato]? Acho que se tiver muita pressão popular ele vem", disse ele.
Convidado da Coca-Cola, o economista Wendel Mendes, 32, afirma ter visto das janelas de seu escritório, na avenida Paulista as manifestações que tomaram São Paulo nas últimas semanas. Ele não temeu eventuais contratempos no Maracanã. "Sabia que estava bem isolado".
Para Mendes, a queda na popularidade da presidente e fruto da alta da inflação. "Não sou eleitor dela. Hoje não tenho nenhuma escolha [para 2014]".
O médico Luiz Claudio Landolfi, 46, também de São Paulo, afirma que no início da semana cogitou não vir ao Rio em razão dos protestos programados para a final da competição. "Depois me informei pela internet e vi que não ia ter muito problema".
Para ele, a má avaliação do governo Dilma "é consequência do país sem governo, totalmente acéfalo". "Isso não só no governo federal, mas estadual e municipal também", disse o médico. Landolfi disse que costumava votar nos candidatos do PSDB, mas afirmou não estar satisfeito com os potenciais candidatos em 2014. "Na última eleição, votei nulo".
Convidado pela empresa de pneus Continental, o comerciante Alexandre Pereira, 41, disse crer que "o PT vai reverter o cenário". Insatisfeito com as políticas públicas do governo federal, como o Bolsa Família --que para ele "tira o povo do foco do trabalho"--, ele afirma que acredita que o candidato do partido será Lula.
"Votei na Dilma porque gostava dela pessoalmente. Mas sou contra o PT por causa da política de compra de votos", disse ele.
Até mesmo quem vê a queda de popularidade da presidente resultado de "manipulação da mídia" mostra descontentamento com o governo Dilma. Os amigos Thallison Cesar, 20, e Thayse Nogueira, 25, estavam no estádio de Brasília onde a petista foi vaiada na abertura da Copa das Confederações.
"Acho que a mídia manipula essa queda em favor dos seus candidatos de preferência. Não vaiei a Dilma, mas achei certo vaiar. Ela não faz um bom governo", disse Cesar.
Já a amiga Nogueira se juntou ao grupo que destinou apupos à presidente.
"O crescimento do país caiu bastante. Com o Lula o país ainda tinha algum crescimento", disse ela, que foi à manifestação em São Paulo no dia 18 de junho. "Fui pelo valor da passagem, que era um absurdo, e contra a corrupção, que é inaceitável no nosso país."
Fonte: Noticias UOL
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